buildingSMART e os 5 métodos de colaboração
Ao passar dos últimos 40 anos, os usos do BIM foram se tornando cada vez mais complexos. Se considerarmos que o início foi marcado pela invenção do BDS - Building Description System - por Eastman e seus colegas em 1975, podemos também marcar como marcos importantes na linha do tempo as criações de Vectorworks e ArchiCAD, respectivamente em 1985 e 1987. Porém, é interessante salientar que apenas em 1992, também pelas mãos de Eastman, o termo BIM foi oficialmente utilizado. Portanto fica fácil perceber que, desde o início, o BIM vem sendo aperfeiçoado à medida em que as necessidades (e possibilidades) dentro da indústria de AEC se multiplicam e se mostram possíveis.
Mas, tão importante quanto a experimentação que permeia o setor em todos estes anos, igualmente importante é a existência de uma padronização na forma de operar a interoperabilidade dentre os softwares.
Interoperabilidade: substantivo feminino. De acordo com o Dicionário Online da língua Portuguesa, é a ”capacidade de trabalhar em conjunto que possibilita a interação entre pessoas, sistemas de operação ou organizações, buscando uma troca de informações mais eficiente e produtiva.” Ou seja: interoperabilidade é, já no conceito, uma forte premissa de se trabalhar em BIM.
Afinal de contas, a essa altura do campeonato, em 1995, havia várias empresas com alguns softwares construídos em linguagens de programação diferentes, com fluxos internos diferentes. A grande questão era como garantir que estes softwares conversassem entre si, ou seja, como garantir a tal da interoperabilidade entre eles.
A Autodesk, junto com outras 11 empresas (dentre elas a Solibri, a Primavera Software entre outras) cria a Aliança Internacional para a Interoperabilidade (IAI). Essa aliança, ao longo dos primeiros encontros, acabou chegando a três conclusões vitais: a interoperabilidade era de fato possível de ser garantida entre eles, mesmo que os softwares fossem construídos em bases de programação diferentes; a padronização da informação deveria ser conhecida dentre todos os envolvidos; e a aliança deveria receber novos membros de outras empresas ao redor do mundo para democratizar este desenvolvimento. Em 2008, a IAI muda seu nome para buildingSMART de forma a tornar claro os reais objetivos da instituição.
Atualmente, a buildingSMART é conhecida como uma ONG internacional que atua diretamente na democratização da informação e produção de padronização de trabalho, tudo isso com fins de garantir a interoperabilidade dentre os mais de 200 softwares BIM, garantindo a entrega e o acesso da informação no ambiente de construção virtual. Para tal, foram definidos 5 métodos de padronização:
IDM - Information Delivery Manual
BCF - BIM Collaboration Format
IFC - Industry Foundation Class
MVD - Model View Definitions
IFD - International Framework for Dictionaries
Portanto, a buildingSMART garante que, tendo estas 5 esferas feitas com qualidade dentre organizações que operam em BIM, a interoperabilidade é garantida.
Ao longo das próximas semanas, cada um destes termos terá o seu próprio artigo, onde explicaremos e exploraremos de que forma eles apoiam a interoperabilidade individualmente e coletivamente.
Bibliografia
https://www.archdaily.com/302490/a-brief-history-of-bim
https://www.aproplan.com/blog/construction-collaboration/a-history-of-bim
https://www.buildingsmart.org/about/about-buildingsmart/history/